Operadora americana supostamente negocia venda do grupo DirecTV e abre margem para a especulação sobre a SKY.
De acordo com uma publicação da Forbes, a AT&T negocia a venda do grupo DirecTV, uma especulação que certamente abre margem para muitos se perguntarem pelo futuro da operação da SKY no Brasil.
Para quem não se lembra, a marca DirecTV teve uma expressiva atuação com TV por assinatura no Brasil até 2006, quando foi consolidada uma fusão com a SKY em vários países.
Na época, foi acordado que a marca com maior predominância em cada região sobreviveria e a outra seria diluída. No Brasil, a SKY prevaleceu, mas em outros países a DirecTV sobreviveu.
A AT&T entrou no negócio em 2016, quando adquiriu o grupo e se tornou uma das gigantes no mercado de TV por assinatura e ficou com o controle da SKY no Brasil.
Suposta venda da DirecTV
Com base em uma informação já divulgada pelo The Wall Street Journal, a Forbes embasou uma publicação sobre a suposta venda da DirecTV, que ocorre em segredo pelos executivos da AT&T.
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De acordo com a revista americana, a negociação muito provavelmente é motivada pela pressão grupo de investimentos Elliott, que depositou US$ 3,2 bilhões na AT&T e fez uma carta com severas críticas ao negócio de TV por assinatura da companhia.
Portanto, o grupo é um dos defensores da venda e destaca que quaisquer ativos sem uma estratégia clara para fazer parte da empresa podem ser considerados desinvestimentos.
Mas, não é o único fator que justifica a provável venda da marca DirecTV. O mercado de TV por assinatura vive um declínio há anos por conta do modelo de negócio obsoleto e a ascensão do streaming, que é uma concorrência.
E como fica a SKY nessa história?
Ainda não há detalhes, mas para entender onde entra a SKY entra nessa questão, vamos em partes.
A AT&T possui uma unidade de negócio chamada Vrio. É nela que a companhia concentra a SKY e DirecTV. A americana controla 93% da primeira empresa citada, enquanto o Grupo Globo fica com os 7% restantes.
Portanto, as operações da DirecTV na Argentina, Caribe, Chile, Colômbia, Equador, Peru, Porto Rico, Uruguai e Venezuela são subsidiárias da Vrio. O mesmo vale para a SKY Brasil e SKY México.
Até então, a menção de venda é exclusivamente para a DirecTV. Se toda a operação estivesse em negócio, as informações destacariam uma possível venda da Vrio na totalidade.
Entretanto, se a influência do Grupo Elliott surtiu efeito, a venda de toda a operação, com inclusão da SKY Brasil, pode ser uma possibilidade para a AT&T, caso a operadora queira largar de vez o mercado de TV paga.
Mas, a SKY segue uma potência no Brasil e concentra a vice-liderança do mercado por aqui. A própria AT&T considera a América Latina um terreno fértil para seus negócios.
Aposta no streaming ainda não vingou
Pela WarnerMedia, a operadora americana está com agressivos investimentos direcionados para indústria do cinema, com estúdios Warner Bros. e o streaming, com a plataforma HBO Max.
Mas, a pandemia do novo coronavírus pode ter atrapalhado o lançamento do serviço de vídeo sob demanda, que reúne todas as propriedades da marca Warner.
Para entender o cenário, o Minha Operadora entrou em contato com a equipe do JustWatch, aplicativo de análise e curadoria de conteúdo no streaming, e pediu os dados de mercado nos Estados Unidos.
A realidade é que a Netflix ainda domina o mercado com 28% de market-share. Na sequência, o Amazon Prime Vídeo possui 20%, seguido pelo Hulu com 14% e Disney+ com 12%, os dois de propriedade da Disney.
O HBO Max está na quinta posição com apenas 9% do mercado americano, fatia baixa a julgar pela influência e tradição das produções dos estúdios Warner mundo afora.
A pandemia pode ter influenciado por ter atrapalhado as produções originais encomendadas para o serviço, que foram paralisadas e a plataforma ficou com poucos lançamentos próprios para divulgar sua expansão e chegada ao mercado.
Nesse caso, faz sentido que a AT&T intensifique os investimentos no streaming já que, diferente da TV por assinatura, é um negócio que tem sustentabilidade e desenvolvimento futuro.