Banimento da marca no Brasil implicaria em uma substituição massiva e conflituosa por parte das operadoras.
O imbróglio que envolve o banimento da Huawei no país fica cada vez mais complexo. Apesar da pressão dos Estados Unidos, o Governo Federal precisa amarrar várias pontas antes de tomar qualquer decisão.
Um agravante é que a marca chinesa já tem uma participação expressiva no fornecimento de equipamentos para o país.
As operadoras, por exemplo, operam 60% com dispositivos da marca (servidores, roteadores, switchers). Se o governo banir, todas terão que fazer uma troca massiva que pode afetar até mesmo a operação 3G e 4G.
Mas, há ainda uma outra dificuldade. Equipamentos antigos da Huawei não conversam com a tecnologia 5G de outras marcas.
Essa é a ligação que permitiria, por exemplo, um dispositivo saltar automaticamente da conexão 4G para a 5G, se chegar em uma região com disponibilidade.
Portanto, o custo será alto para as operadoras, que além de terem que trocar todos os seus equipamentos antigos, terão que arcar com a compra de novas frequências para operar o 5G.
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Na quinta geração, ainda não há sequer um padrão de que todos os equipamentos devem “conversar entre si”. Muitos acreditam que só surja no fim de 2021.
Tudo indica que a estratégia das teles será discutir uma espécie de “indenização” pelos investimentos já realizados, em caso de banimento da Huawei. O que pode mudar a posição do Governo Federal.
Trata-se de uma jogada que pode até mesmo modificar a precificação no leilão 5G.
Com informações de Folha de S.Paulo