O governo prepara um pacote de investimentos em telecomunicações de R$ 100 bilhões para os próximos dez anos. A injeção de dinheiro será somada aos planos de infraestrutura lançados no ano passado.
Três ministérios (Fazenda, Comunicações e Planejamento) discutem uma proposta que prevê a substituição da rede de fios de cobre, usada para levar internet às residências, por fibra óptica, que torna a conexão dez vezes mais rápida.
O projeto trará mais qualidade no serviço prestado e irá gerar desenvolvimento de uma cadeia produtiva para abastecer as grandes empresas, o que abrirá caminho para os pequenos negócios.
Dois modelos de investimentos estão em discussão. No entanto, um deles despertou mais simpatia entre os agentes envolvidos: a divisão de custo entre o governo e as operadoras. Neste modelo, as teles ganhariam do governo de forma definitiva todos os bens que receberam na época da privatização da Telebras, além de acesso às linhas de crédito do BNDES, em troca de parte do investimento. Desta forma, o governo acabaria com a concessão (que segue até 2025) na telefonia fixa, assim como já acontece na móvel, e os serviços passariam a ser prestados em regime privado. As operadoras, por sua vez, poderiam escolher em permanecer na concessão ou fazer a migração. No segundo caso, elas teriam liberdade para fixar preços de chamadas, por exemplo.
O legado da Telebrás é estimado em R$ 17,3 bilhões, sendo que os bens reversíveis valem metade disso. Entre eles estão prédios, obras de arte, orelhões e fios que teriam que ser devolvidos ao governo no fim do prazo de concessão.