Passado quase um ano do incêndio que destruiu, no dia 25 de fevereiro de 2012, 80% da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) (uma base científica do Brasil, localizada ilha do Rei George, a 130 km da Península Antártica), os serviços de telecomunicações voltaram a funcionar esta semana, enquanto 200 homens e máquinas trabalham no desmonte da sucata e na instalação de módulos para montar a estação provisória. Os contatos foram reinaugurados na última quarta-feira, por meio de teleconferência entre o Ministério das Comunicações, a Marinha do Brasil e a operadora de telefonia Oi, que retoma a prestação de serviços de telecomunicações no arquipélago das Shetlands do Sul, na Antártida. Em cerimônia realizada no Centro de Gerência de Rede da Oi, no Rio de Janeiro, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, o diretor de Inovação e Novos Negócios da Oi, Pedro Ripper, e o diretor de Política Regulatória, Carlos Cidade, se conectaram por videoconferência ao comandante da Marinha do Brasil, Almirante-de-Esquadra Julio Soares de Moura Neto, que estava na base brasileira na Antártida.
Segundo a direção da Oi, a companhia iniciou em dezembro do ano passado os preparativos para a construção da nova infraestrutura de telecomunicações na EACF, após formalização de acordo de cooperação com a Marinha. A presença da Oi na Antártica visa a garantir o fornecimento de serviços integrados de voz, dados, internet, telefonia móvel e solução para recepção de sinal de TV, que vinham sendo fornecidos à EACF, desde 2006.
De acordo com a Oi, técnicos da operadora viajaram para a Antártida no dia 23 de janeiro e, em menos de um mês, implantaram uma infraestrutura de telecomunicação, especialmente adaptada para suportar as adversidades climáticas do local, como o vento e as baixas temperaturas. Na Antártica, as temperaturas são, em geral, abaixo de zero, mesmo no verão, entre os meses de outubro e março.
A Oi reconstruiu uma estação terrena de satélite para ligar a EACF à rede corporativa da Marinha, o que garantirá a conectividade dos militares e pesquisadores instalados na base e agilidade na comunicação com suas famílias, com a rede da Marinha e com demais centros de pesquisas e universidades em território brasileiro. Entre os novos equipamentos que foram fornecidos à base brasileira estão antenas com sistema anticongelante, modems com sistema de chaveamento, roteadores, terminais para gerenciamento da estação, pressurizador e antenas de transmissão e recepção de sinais de telefonia móvel, além de 20 aparelhos de telefonia móvel para técnicos e pesquisadores.
As chamadas realizadas da estação de telefonia da Oi na Antártica para o Rio de Janeiro (e vice-versa) terão custo de ligação local, de acordo com a empresa. O convênio entre Oi e Marinha ainda prevê o treinamento e qualificação anuais das equipes militares, revisão e manutenção preventiva dos equipamentos. 200 homens e máquinas trabalham na instalação de módulos para montar a estação provisória, até que a nova base de pesquisas seja reconstruída na Antártica.