A gestora de recursos GP Investimentos anunciou um aliado de peso para seu negócio de compra e locação de torres para telefonia móvel. O fundo de private equity do Bradesco adquiriu uma fatia da BR Towers, criada pela GP em setembro do ano passado, e fez um aporte de cerca de R$ 100 milhões na empresa.
A entrada do fundo do Bradesco ocorre ao mesmo tempo em que a BR Towers fecha sua primeira aquisição no Brasil. A empresa incorporou a Sitesharing, que administra 100 torres de telefonia alugadas para as operadoras. O fundador da empresa, Luigi Cosenza, passa a ter uma participação minoritária na BR Towers. A GP continua controladora, mas a fatia de cada sócio na empresa não foi divulgada.
Com quatro meses de vida, a BR Towers soma uma carteira de 2 mil torres, cerca de 20% do total administrado por empresas independentes, ou seja, que não estão nas mãos das teles. A companhia entrou neste ramo com a compra de 1.912 unidades da Vivo por cerca de R$ 500 milhões. “Estamos analisando toda as oportunidades de crescimento, como aquisições de torres de operadoras, de ‘tower companies’ (empresas gestoras dessas estruturas) ou a construção de novas antenas no formato built to suit (por encomenda)”, disse o presidente da BR Towers, Mauricio Giusti.
O fundo do Bradesco é o terceiro a investir em gestoras de torres no Brasil nos últimos seis meses. A GP criou a BR Towers em setembro passado e, menos de três meses depois, o fundo de infraestrutura P2 Brasil, administrado pelo Pátria Investimentos, anunciou aporte de R$ 300 milhões na criação da Highline, do mesmo segmento.
Hoje o Brasil tem cerca de 50 mil torres de infraestrutura, mas apenas 15% delas estão nas mãos de empresas especializadas em administrar essas estruturas, segundo estimativas do mercado. A maioria é gerenciada pelas próprias operadoras de telefonia, principalmente pelas quatro líderes (Vivo, TIM, Claro e Oi). Nos Estados Unidos, por exemplo, as chamadas “tower companies” são donas de metade das estruturas existentes.