Um grande problema para implementar o serviço LTE em 2,5 GHz é o da cobertura: quanto mais alta a faixa no espectro, menor a abrangência do sinal. Desta forma, uma solução defendida pela Vivo é a de compartilhamento com as demais operadoras não apenas de infraestrutura, mas de frequência, conforme revelou a jornalistas o presidente da empresa no Brasil, Antonio Carlos Valente, durante a Campus Party em São Paulo. “Todos nós estamos extremamente preocupados com o desempenho dessas frequências, então estamos fazendo testes, especialmente em áreas indoor”, diz. “Se possível, queremos passar para outros níveis de compartilhamento, de eletrônica e até de frequência, para maximizar os resultados”, diz, justificando que “quanto maior for o compartilhamento, melhor.
Valente afirma que a Vivo conta com 13 mil sites no Brasil (de todas as tecnologias), sendo 60% deles compartilhados com localização. “O projeto é que o compartilhamento seja mais acentuado. Estamos trabalhando com a indicação de parceiros, mas acreditamos que seja vital um processo de compartilhamento com outras teles, já que todo mundo vai ter o mesmo problema e isso é uma forma de melhorar o serviço em termos de cobertura e é mais economicamente viável”. Por isso, ele acredita que as parcerias possam explorar outros campos.
A questão é que o compartilhamento de frequência é um dos pontos que precisa ser “interpretado” nas regras do edital da licitação do 4G, segundo Valente. “Alguns tipos de compartilhamento possíveis não estão previstos, estamos aguardando pronunciamento da Anatel”, diz. “O desafio é que cada um comprou um bloco, e as frequências são diferentes. Se seguirmos à risca a definição, cada um terá que colocar uma frequência numa localidade, mas existem soluções no mundo que permitem utilizar a mesma frequência. Isso é transparente para o cliente e maximiza o projeto”.
O executivo acredita que as parcerias são fundamentais para atender às metas, já que a Anatel só liberou, até o momento, a faixa de 2,5 GHz. “No caso dos 700 MHz, alguns países estão fazendo licitações para colocar todas as frequências disponíveis porque o problema é como atender às pessoas. Cada operadora faz suas escolhas, as soluções são complementares. O conceito do compartilhamento é perene e o uso do espectro será benefício para o brasileiro”, explica.
Mas o edital do 4G também teve outras obrigações além do 2,5 GHz. Enquanto os planos para atendimento nas áreas rurais com a frequência de 450 MHz ainda não são concretizados, a Vivo procura expandir sua rede 3G e 3G+ (nome comercial da tecnologia HSPA+) para atender a essas regiões mais afastadas. “Em escolas rurais, fazemos o atendimento com a terceira geração e vamos continuar investindo ferozmente nisso”, afirmou Valente.