Com apenas 1 ano e meio à frente do grupo Oi, Francisco Valim caminha para deixar a presidência da companhia. Segundo fontes que acompanham o processo, a saída pode ocorrer até meados de fevereiro. O pano de fundo dessa troca de cadeiras seria o fato de a relação entre o executivo e alguns acionistas controladores ter azedado nos últimos meses, em função do resultado obtido pela Oi em 2012, que teria ficado abaixo do esperado.
Valim está fora do País, mas, volta de férias hoje. Segundo fontes, uma das soluções que vêm sendo estudadas é a indicação do diretor de operações James Meaney para assumir o comando da companhia interinamente. Procurada, a assessoria de imprensa da Oi informou que a companhia não iria se pronunciar sobre o assunto.
Os rumores em torno da saída de Valim pressionaram as ações da companhia. Os papéis amargaram perda de 5,13% na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nesta segunda. Para analistas, a troca no comando da empresa pode prejudicar os avanços no plano de reestruturação da operadora.
Em relatório, o Bank of America Merrill Lynch classificou a informação como “surpreendente”, uma vez que Valim só tem um ano e meio no cargo e a recuperação da companhia ainda está em estágio inicial. “Os números apresentados nos últimos dois trimestres mostram alguma melhora, dentro das expectativas, e principalmente em linha com o guidance (projeção) da companhia”, ressalta.
“O Valim é bem visto pelos investidores”, afirma um analista que preferiu não ser identificado. Segundo ele, o executivo está há pouco tempo na empresa e no meio de um processo de reestruturação. “Se ele sair, este plano que está sendo conduzido fica sem pai”, afirmou, ressaltando que o desempenho no pregão de ontem já refletia essa incerteza de troca de comando.
No final do ano passado, a empresa realizou reuniões públicas com investidores, quando reafirmou o cumprimento das metas. A única meta que poderia não ser atingida, de acordo com o diretor de Tesouraria e Relações com Investidores da Oi, Bayard Gontijo, era de receita. A projeção da empresa é encerrar 2012 com R$ 28,9 bilhões de receita líquida, com R$ 8,8 bilhões de geração de caixa e R$ 6 bilhões em investimentos.