Negociação faz parte do processo de recuperação judicial da operadora.
O plano da Oi (OIBR3) de captar cerca de R$ 7,5 bilhões, valor que deve ajudar a empresa a cumprir seus planos de recuperação judicial, deve ser adiado por mais algum tempo.
É que os credores da companhia não estão de acordo com o valor proposta pela Oi a respeito do Consent Fee para que seja autorizada a emissão de R$ 2,5 bilhões em debêntures da InfraCo, que é sua divisão especializada em fibra óptica.
A discordância também vale para um empréstimo ponte de até R$ 5 bilhões da Oi Móvel. Por isso, acabou sendo aberta uma negociação conduzida pelo escritório brasileiro Padis e Mattar e pelo americano Davis Polk, que representa os donos de títulos de dívida emitidos no exterior (bondholders).
No entanto, como as negociações não chegaram a um denominador comum, as conversas foram prorrogadas para o dia 19 de março.
Seguindo a determinação legal da legislação estadunidense, a operadora tornou público na Securities and Exchange Comission (SEC), que é o órgão regulador do país, o pedido de consentimento para as duas operações há mais de uma semana.
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Segundo o documento, a tele afirma que pretende pagar US$ 5 por cada US$ 1 mil em bonds, como prêmio aos donos de títulos de dívida.
No entanto, os credores consideraram o valor abaixo de suas expectativas e questionam outros pontos do plano de capitalização da empresa.
Para conseguir fazer sua proposta avançar, a Oi precisaria ter aprovação de 50% mais um dos detentores de R$ 1,65 bilhão em bonds emitidos em 2017.
Se essa prêmio oferecido pela operadora fosse aceito, isso resultaria para a empresa um gasto de US$ 4 milhões, o que representa cerca de R$ 22,15 milhões.
O prêmio proposto pela operadora faz parte tanto da escritura de bonds renegociadas em 2017 quanto do adiantamento da recuperação judicial aprovado em 2020.
A Oi está se comprometeu com a emissão de debêntures e a venda de até 51% da InfraCo, bem como com o empréstimo ponte e a venda da operação móvel, cujo leilão está sendo investigado por causa de uma suposta prática de consórcio entre as operadoras Claro, TIM e Vivo.
O objetivos dos financiamentos são reerguer as operações da companhia e permitir que as suas dívidas sejam honradas.
Com informações de Estadão.