A prestadora de telefonia TIM, resolveu dar explicações sobre seu mais novo problema registrado, a empresa declarou nesta segunda-feira que o apagão na prestação dos serviços que atingiu seus clientes na Região Nordeste no último sábado (20) foi uma “coincidência” de eventos e descartou novos riscos de interrupção dos serviços. “O que aconteceu foi uma coincidência de eventos que gerou esse problema (do apagão)”, afirmou o diretor responsável pela área de redes da TIM, Cícero Olivieri.
Segundo ele, a empresa conta com duas linhas do chamado backbone, que é o cabo de fibra óptica que realiza a transmissão de dados entre as cidades, destinadas ao Nordeste. Uma delas, administrada pela Embratel, teve problemas de transmissão em Teófilo Otoni (MG), na sexta-feira (19) à tarde. A outra, pertencente à TIM, por meio da Intelig, rompeu por causa de uma obra em Salvador, no sábado pela manhã – desencadeando o apagão.
Olivieri afirmou que o segundo cabo, na Bahia, não rompeu em razão de uma eventual sobrecarga pelo desligamento da transmissão através de Minas Gerais. “Foram problemas físicos. Um caminho (backbone) apenas suporta (a transmissão dos dados). Mas quando há uma falha dupla, todos os serviços são afetados”, explicou.
Segundo ele, a normalização ocorreu com o restabelecimento, no sábado, às 10 horas, dos serviços por parte da Embratel. O retorno do cabo da Intelig ocorreu apenas no final da tarde de sábado. “Já está tudo normalizado”, ressaltou. Apesar de descartar um novo “apagão” no Nordeste, semelhante ao de sábado, pela baixa probabilidade da ocorrência do rompimento dos dois backbones simultaneamente, novamente, ele afirmou que riscos sempre existem. “Nos últimos dois anos, vem ocorrendo a aceleração de construções em rodovias. Quando há esse tipo de movimentação, aumenta a chance de rompimento da fibra instalada nas estradas.”
Olivieri ressaltou que, desde o início deste ano, a empresa vem construindo uma terceira rede de backbone para não depender apenas das duas existentes. Um trecho de 700 km, do Rio de Janeiro até Vitória (ES), já está pronto, afirmou. A projeção é de que até o meio do próximo ano, a segunda parte deste trecho, que somará 1,8 mil km, chegando a Salvador, esteja pronto. A rede de fibra óptica da TIM soma atualmente 23 mil km, porém a expectativa é atingir um total de 40 mil km em três anos, de acordo com o executivo da TIM.
Questionada sobre possíveis punições à operadora pelo episódio, a Anatel, por meio da assessoria, afirmou que “investiga as recentes falhas dos serviços da prestadora TIM no Nordeste, registradas no último dia 20, com vistas à instauração de procedimento administrativo que poderá, conforme as explicações apresentadas pela operadora, resultar ou não em sanções”.