Numa das últimas etapas de fusão com a antiga Brasil Telecom, a Oi integrou o sistema de pagamento das duas companhias e, para concluir o processo, decidiu dar um calote no “mercado” e adiar em um mês o pagamento a todos os fornecedores, que não receberão em setembro.
Todas as contas serão quitadas em 10 de outubro. Só foram mantidas obrigações com salários, tributos e contenciosos judiciais, segundo a companhia. Apesar da suspensão, a Oi afirma que não vai corrigir os débitos em atraso pela inflação do período nem arcar com multas.
A postergação dos pagamentos gerou reação principalmente de grandes fornecedores de infraestrutura de rede e aparelhos celulares. Reunidos na Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), eles queixaram-se da situação e a entidade enviou carta à Oi, dizendo que a medida coloca em risco a saúde financeira de fornecedores.
Até abril, Oi e BrT operavam com CNPJs distintos, o que as obrigava a manter sistemas de pagamentos e orçamentos independentes.
A Oi adquiriu a Brasil Telecom em 2008 por R$ 5,863 bilhões, em um dos negócios mais aguardados daquele ano. O valor ficou acima de algumas estimativas que circulavam pelo mercado, em torno de R$ 4,8 bilhões. O negócio buscava criar uma super-tele de controle nacional. Juntas, na época, as empresas somavam 43,4 milhões de clientes, sendo 20,7 milhões em telefonia celular e 22,7 milhões na fixa.