21/11/2024

Cade diz ‘não’ para a Algar Telecom sobre o ‘RAN Sharing’ entre Vivo e Claro

Órgao antitruste aprovou compartilhamento de antenas entre as operadoras.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) rejeitou o pedido da Algar Telecom que pretendia impedir o compartilhamento de antenas (“RAN Sharing”, no jargão do mercado) entre as operadoras Vivo e Claro.

Em maio passado, o órgão antitruste já havia aprovado sem restrições o acordo que prevê o uso de 81 Estações Rádio Base (ERBs) e espectros 3G da Vivo para a Claro, mediante pagamento.

Entretanto, a mineira Algar Telecom entrou com recurso contra a decisão do Cade, alegando que o acordo elimina a concorrência em parte do mercado de telefonia no país, concentrando espectro e reforçando a posição dominante da Vivo e da Claro.

O pedido foi negado na última sexta-feira, 11 de junho, pela conselheira Paula de Azevedo.

VEJA TAMBÉM:

–> Anatel pretende ouvir pequenos provedores sobre a venda da Oi Móvel

–> PFE do Cade recomenda que Claro, Oi e Vivo sejam condenadas por prática de cartel

–> Algar Telecom pede para atuar como interessada no processo de venda da Oi Móvel

Ela alegou que o contrato entre as operadoras não possui nenhuma cláusula de exclusividade e que, portanto, terceiros podem firmar acordos semelhantes de compartilhamento de infraestrutura.

Sobre uma possível troca de informações e atuação coordenada, afirmada pela Algar Telecom, Paula afirmou que as “condições de manutenção da independência operacional de cada parte, de modo a não alterar as estratégias comerciais da Claro e da Telefônica na prestação de SMP [Serviço Móvel Pessoal]”.

Já sobre uma possível concentração de mercado, a conselheira do Cade diz que a amplitude do acordo é muito pequena, não representando riscos concorrenciais para o setor.

“Não se trata, portanto, de apenas reconhecer que é uma situação pré-existente à operação, mas de observar que tal situação não é intensificada por este contrato, que se dá em condições bastante específicas e circunscritas, não possuindo o condão de prejudicar a concorrência”, diz Azevedo.

Entretanto, a conselheira considerou como “pertinente” as preocupações da Algar Telecom, principalmente se esses tipos de contratos se tornarem comuns, o que pode ser um desincentivo ao investimento em redes próprias por parte das operadoras.

Ela também propôs ao colegiado do Cade a criação de um grupo de trabalho para estudar e acompanhar contratos de RAN Sharing no país.

A localização das infraestruturas compartilhadas da Vivo, valores de pagamentos e capacidade utilizada pela Claro não foram revelados pelas empresas.

Com informações de Telesíntese.

3 COMENTÁRIOS

Se inscrever
Notificar de
guest
3 Comentários
Mais antigo
Mais recente Mais Votados
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários