O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, descartou nesta segunda-feira um risco de apagão no setor, conforme levantado recentemente pela tradicional revista britânica The Economist. “Não vamos ter apagão coisa nenhuma”, afirmou, durante almoço promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide).
No iníco do mês passado, fontes já haviam declarado que a decisão da Anatel de suspender as vendas da TIM, Oi e Claro em 18 estados mais o Distrito Federal foi uma atitude “drástica” tomada justamente com o intuito de evitar uma pane no sistema e forçar as operadoras a acelerar os investimentos.
O ministro ressaltou que os investimentos das operadoras neste ano devem repetir os valores do ano passado, de R$ 21,7 bilhões. “As empresas não apostaram no aumento da demanda e tivemos um incidente esses dias. Mas acredito que nos saímos bem”, afirmou, referindo-se à suspensão temporária das vendas.
Para Bernardo, o setor deverá registrar crescimento recorde neste ano. Ele acrescentou que o faturamento bruto do setor no ano passado somou 182 bilhões de reais, o que representou uma alta de 10% sobre 2010. “Vamos bater os números do ano passado”, afirmou, destacando que o setor faturou 46,5 bilhões de reais no primeiro trimestre.
Segundo ele, o governo prepara medidas para alteração do sistema tributário do setor. “Achamos que mexendo na tributação vamos desenvolver o setor e manter a arrecadação, pois os serviços vão se expandir”, afirmou.
Bernardo reafirmou que o governo trabalha para fazer a licitação da faixa de 700 MHz no segundo semestre de 2013. “Podemos fazer a licitação e acelerar a digitalização da TV digital (prevista para encerrar em 2016), mas com muito cuidado”, disse. Ele ressaltou que o Palácio do Planalto ainda procura um modelo de rádio digital. “Mas o modelo industrial precisa ter preço acessível”, afirmou.
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, evitou dar prazos para que o relatório sobre denúncias de que a TIM estaria derrubando as chamadas de seus planos ilimitados seja finalizado pela Anatel. “Espero que seja em breve. A Anatel tem sua própria autonomia”, afirmou.
Bernardo ressaltou que o processo encontra-se dentro da agência reguladora. “Com toda sinceridade, acho difícil e torço para não ser verdade. A queda nas ligações é grave e causa um ônus aos usuários”, disse, acrescentando que a Anatel já implementou um novo mecanismo para que a chamada seja retomada após dois minutos da queda da chamada sem pagamento adicional.