Os aplicativos de mensagens instantâneas (IM), como WhatsApp e BlackBerry Messenger, têm se popularizado entre os brasileiros que possuem smartphones e começam a disputar espaço com os torpedos SMS.
O percentual de donos de smartphones que acessam esses serviços mais que dobrou em um ano, chegando a 36% no primeiro trimestre ante os 14% do mesmo período de 2011. Os dados são de estudo da Quanti, especialista em pesquisas de mercado.
“O IM tem crescido fortemente e está absorvendo parte da expansão que seria do SMS“, afirma Humberto Perissé, diretor da Quanti.
O problema para as operadoras, segundo especialistas, é que os aplicativos de mensagem instantânea aumentam o tráfego em suas redes, mas não geram receita direta. Ao mesmo tempo, exigem investimentos.
No Brasil, as operadoras já entraram em conflito com empresas como o Skype, que fazem ligações pela internet. Os usuários passaram a preferir o programa em vez do telefone, especialmente nas chamadas internacionais, por causa das tarifas mais competitivas.
O aumento do tráfego fez as operadoras investirem no aumento da capacidade de suas redes de dados sem que tivessem receita proporcional. Com as mensagens instantâneas, a disputa pode ganhar contornos semelhantes.
Em meio a esse cenário, as empresas têm feito fortes campanhas promocionais para popularizar o SMS. O resultado tem sido positivo: a frequência de envio mensal de torpedos vem crescendo.
A pesquisa mostra que a média mensal de textos por cliente foi de 85, alta de quase 40% entre os primeiros trimestres de 2011 e deste ano.
A TIM e a Claro, por exemplo, permitem que clientes pré-pagos enviem torpedos ilimitados por R$ 0,50, valor cobrado somente nos dias em que o serviço for usado.
As operadoras são unânimes em dizer que a frequência de envio dos torpedos tem muito espaço para aumentar. Na Vivo, a receita líquida de mensagens de pessoa a pessoa subiu 39% nos três primeiros meses do ano ante o mesmo período de 2011. Na Oi, também houve uma disparada.
“Em 2011, registramos crescimento de 2,6 vezes no volume de mensagens de texto enviadas, um recorde histórico”, diz Roberto Guenzburger, diretor de produtos de mobilidade da Oi.
As empresas afirmam que, no Brasil, o SMS e as mensagens instantâneas ainda são complementares.
“As mensagens instantâneas estimulam o tráfego de dados, então, apesar de esses serviços serem ‘gratuitos’, indiretamente geram receita, estimulando a necessidade de assinatura de pacotes de dados”, diz Guenzburger.
Flávio Ferreira, gerente de marketing VAS (serviço de valor agregado) da TIM, também vê geração de receita. “Não há choque entre as modalidades.”
Segundo a diretora de serviço de valor agregado da Claro, Fiamma Zarife, os dois serviços vão conviver. “O usuário poderá optar por aquele que for mais útil quando for enviar uma mensagem.”
O SMS, por exemplo, é visto como mais seguro quando há urgência por não depender de conexão de dados para a entrega do texto.