A proposta pretende padronizar as portas de carregamento de aparelhos para USB-C. A Apple é contra a medida; saiba os detalhes.
Nesta quinta-feira (23), a União Europeia, por meio da Comissão Europeia, propôs a unificação das portas (USB-C) de carregamento de aparelhos eletrônicos, como smartphones, tablets, câmeras e alto-falantes portáteis .
A proposta traz benefícios ambientais com a diminuição de gasto de matéria-prima para a produção de cabos e economia de 250 milhões de euros (aproximadamente R$ 1,5 milhão) anualmente para os usuários. Entre os objetivos da ação está permitir o carregamento de dispositivos com um único fio.
A comissão propõe a padronização com o conector USB do tipo C, cujo plugue se encaixa no aparelho de ambos os lados.
Caso a medida seja aprovada, empresas como Samsung, Apple e JBL terão que utilizar o cabo USB-C, que poderão ser vendidos separadamente.
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Segundo Margrethe Vestager, comissária responsável pela Comissão Europeia, Margrethe Vestager, a população não aguenta mais amontoar vários cabos em suas gavetas, e que a aprovação do projeto seria…
“uma vitória para os consumidores e para o meio ambiente. […] Os europeus estão fartos de carregadores incompatíveis que se amontoam nas gavetas”, afirmou a comissária.
A Apple, que removeu recentemente os carregadores dos seus aparelhos e os utilizados são os tradicionais cabos Lightning, não concordou com a proposta.
“Continuamos preocupados que a estrita regulação exigindo apenas um tipo de conector prejudica a inovação em vez de encorajá-la, o que, por sua vez, prejudicará consumidores na Europa e ao redor do mundo”.
A Apple também reclamou do prazo de 24 meses para cumprirem a legislação, caso o projeto seja aprovado.
Em contrapartida, a União Europeia argumenta que cerca de 11 toneladas de cabos são descartados no ano no continente, e que o projeto diminuiria para 1 tonelada.
Thierry Breton, comissário para assuntos de indústria da Comissão Europeia, minimizou as reclamações da Apple, dizendo que essas empresas sempre se colocam contra esses avanços alegando ser contra a inovação.
“Conheço estas empresas há anos. Toda a vez que avançamos com uma proposta elas começam a dizer ‘ah! vai ser contra a inovação’. Não, isso não é contra a inovação, não é contra ninguém. Como tudo o que a Comissão faz, isto é pelos consumidores”, afirmou.