Um número bastante preocupante relativo ao uso da internet no Brasil. Mais de 64% dos brasileiros consideram que o uso da ferramenta não é necessário ou mesmo não sabem como usá-la, relatou o estudo feito em parceria pela Fundação Getúlio Vargas e a operadora de telefonia Vivo através da Fundação Telefônica.
“É bom estudar o Brasil porque somos uma fotografia da exclusão e inclusão social do mundo. Temos um país diversificado e desigual. E nossa taxa de acesso à internet é idêntica à do planeta”, diz o professor Marcelo Cortes Neri, professor do Centro de Políticas Sociais da FGV e coordenador do projeto.
33,14% das pessoas disseram que não possuem interesse em usar a internet. Para se ter um noção do tamanho da exclusão digital do povo brasileiro, em Florianópolis (que é considerada umas das capitais com maior inclusão digital do país), 62,10% da população disse que não acha necessário fazer uso da internet.
Uma das regiões menos favorecidas do Brasil, o Nordeste, grande parte das pessoas disseram que não usam a internet por não conhecer o seu funcionamento. Em João Pessoa (PB), por exemplo, 46,75% das pessoas que foram entrevistam, alegaram a falta de uso por não saber utilizar a rede mundial.
No Norte, a situação é ainda mais alarmante, não é a falta de interesse ou não saber trabalhar com a ferramenta o maior problema, mas sim, a falta de computadores. O Amapá foi considerado o Estado com o pior índice de acesso a internet no país.
No entanto, se considerarmos que há seis anos atrás apenas 8% dos brasileiros tinha internet em suas residências, segundo a Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios, houve um crescimento de 154%. “Se a gente quiser entender o boom da internet no país, temos que entender que foram 33 milhões de pessoas que migraram para a classe C (renda familiar de R$ 1800 até R$ 7450) desde 2006”, afirma Cortes Neri. “As pessoas estão migrando de classe e está aumentando a taxa de uso do serviço dentro das classes.” Enquanto na classe AB o acesso é de 75,82%, na classe C é de 33,9% e nas classes inferiores cai para níveis inferiores a 10%.
Os estados do Brasil com melhor acesso domiciliar são Distrito Federal (58,69%), São Paulo (48,22%), Rio de Janeiro (43,91%), Santa Catarina (41,66%) e Paraná (38,71%). Já os de pior taxa são Maranhão (10,98%), Piauí (12,87%), Pará (13,75%), Ceará (16,25%) e Tocantins(17,21%).