O serviço IPTV (Internet Protocol Television) é um método de transmissão de sinais televisivos através de redes de internet (IP), diferentemente dos sistemas tradicionais de televisão que fazem a transmissão por cabos.
No Brasil, o custo de TV por assinatura sempre foi elevado. Ao final da contratação, o assinante paga não só pelo custo de programação, mas também pela infraestrutura como set up box, antenas e manutenção da rede. Com a chegada do IPTV a tendência é que os serviços tradicionais se convertam ao mesmo formato, já que a nova tecnologia traz vantagens econômicas e operacionais.
O mercado de IPTVs no Brasil aqueceu ainda mais após a permissão da Anatel para canais lineares pela internet, que aconteceu em setembro de 2020. Com a decisão da Agência Nacional de Telecomunicações, novos serviços de IPTV com canais da TV paga começaram a surgir no país como Claro Box TV, DirecTV Go, Oi Play e Globoplay + canais ao vivo. Vale a pena mencionar que a Guigo TV foi pioneira no ramo, chegando antes mesmo do pronunciamento da Anatel.
Por outro lado, um problema que a popularização da IPTV gerou foi o aumento da pirataria: operadores ilegais viram no novo formato uma oportunidade de multiplicar a disseminação do conteúdo através das plataformas ilegais. Esse comportamento confunde a cabeça do consumidor que tem dificuldade em discernir quais são as ofertas legalizadas do mercado.
Um relatório, feito pela América Móvil em setembro de 2021, aponta que a tecnologia IPTV abriu a possibilidade de aumentar em três ou quatro vezes os níveis de pirataria no Brasil. Como isso acontece? Os equipamentos dos operadores ilegais podem captar os sinais dos canais da TV a cabo, quebrando as proteções de CAS e DRM.
Além disso, outra prática associada a IPTV é a distribuição do conteúdo dos canais em fóruns e comunidades online como, por exemplo, o YouTube. Essa prática também é considerada pirataria pelas emissoras, operadoras de TV e detentoras dos direitos autorais.
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Em 2021, a Operação 404, encabeçada pelo Ministério da Justiça, teve como objetivo o combate a crimes de pirataria digital. Os agentes cumpriram dezenas de mandados de busca e apreensão, além de realizar o bloqueio de 334 sites e 94 aplicativos que promoviam a transmissão e o compartilhamento ilegal de conteúdo.
Em 2022 podemos esperar uma amplificação destas ações envolvendo entidades, associações, órgãos governamentais, distribuidores e programadores. Portanto, oferecer produtos ilegais torna-se um risco eminente para provedores de banda larga.
Agora, você pode se perguntar: como faço para oferecer um serviço de IPTV legalizado? O ISP precisa ter certeza que o IPTV tem contratos de Streaming com os programadores, detentores dos direitos dos canais lineares. Eles exigem uma série de itens de segurança para que o conteúdo seja distribuído de forma legalizada.
O fato é que o formato IPTV encaixou perfeitamente na necessidade do consumidor, contextualizando a entrega de conteúdo de qualidade no cenário de avanço tecnológico e mudanças de hábito decorrentes dele. Assim, o IPTV vem provando ser a alternativa certa para o crescimento e fortalecimento da TV aberta e fechada.
De acordo com a consultoria sABI Research e dados oficiais da Anatel, as taxas de crescimento de plataformas convencionais de TV por assinatura, como satélite e cabo, vão desacelerar nos próximos anos. Em contrapartida, um estudo feito pela consultoria Telecommunications Management mostra que, no mesmo período, as IPTVs vão crescer cerca de 500% em todo o mundo.
Para que possamos aproveitar ao máximo os benefícios da IPTV, precisamos encarar de frente a pirataria que é o grande vilão do mercado. Toda indústria deve se mobilizar e, neste contexto, o provedor de banda larga é protagonista. Ele deve não só monitorar a rede, mas também investir na oferta de produtos de TV legalizados para não colocar sua operação em risco.