22/11/2024

Oi Móvel: consumidor terá que migrar para pacote mais caro, afirma Luis Braido

Relator foi um dos conselheiros que participou do julgamento da venda da Oi móvel no Cade e que votou contra a operação.

O relator, Luis Braido, um dos conselheiros que votou contra a aprovação da venda da Oi Móvel para a TIM, Vivo e Claro no julgamento do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) realizado nesta quarta-feira (09). Para ele, o cenário mais provável agora é que ocorra a elevação de preços no segmento, com aumento nas margens de lucros das empresas, e consumidores sendo obrigados a migrar para pacotes mais caros.

“Empresas gastam muito de seus recursos para manter seu poder de mercado, e a conta cai na mão do consumidor”, afirmou em entrevista dada ao Estadão/Broadcast.

Luis Braido afirmou que fez uma análise seguindo os parâmetros tradicionais do órgão anterior, e a empresa foi mal em todos os critérios, dizendo que dados que as empresas se negaram a negociar remédios estruturais de verdade não havia como aprovar. além disso, disse que os preços baixos praticados pela Oi era o tíquete médio mais barato do mercado.

“A margem de lucro das empresas hoje é alta, mais de 40%. Com a operação, vai ficar disso para mais. A Oi adotava estratégia de redução de preços para competir, era o tíquete médio mais barato do mercado. O cenário mais provável é que isso não será mantido, que os pacotes serão padronizados, forçando o consumidor a migrar para produtos de maiores preços”.

O relator foi questionado sobre o argumento de que se a operação não fosse aprovada, a Oi Móvel iria à falência. Ele respondeu afirmando que houve um terror de ser responsabilizado por isso, onde presenciou reuniões que falaram “vai ficar nas suas costas a falência da empresa“.

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No entanto, para ele, a responsabilidade é com a análise técnica. A falência da Oi não machucaria o consumidor. “Os credores iam perder, os acionistas iam perder, mas o consumidor não. Assumir essa postura de defender credor não é nossa função”, completou.

Por fim, Luiz Braido falou sobre o Cade que estar sem superintendente-geral e sem dois conselheiros, com a saída da conselheira Paula Azevedo, e se isso afeta o trabalho do conselho.

“Cargos não preenchidos afeta, é ruim, pois o interino, por mais que vá tocar o trabalho, não vai montar uma equipe nova e colocar sua impressão na gestão, pois não sabe até quando vai continuar lá. Quando passa muito tempo, é problemático. Mas autoridades que ficam sem aprovação no Congresso não é exclusivo do Cade. Como cidadão, é um gargalo para resolver e ter uma tramitação mais célere das indicações”.

ViaMSN

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