Oi também promete investir na oferta de pacotes convergentes
A Oi, maior operadora brasileira de telefonia fixa, investirá 24 bilhões de reais até 2015. O volume inclui gastos com a entrada da empresa na telefonia móvel de quarta geração, a ampliação da rede 3G, o avanço no segmento corporativo e a expansão de produtos convergentes. Com essa estratégia, a operadora busca rentabilidade e ampliação de sua participação de mercado em diversos segmentos nos próximos anos.
O anúncio das previsões da Oi – muito aguardado pelo mercado após a simplificação de sua estrutura acionária, aprovada por acionistas no fim de fevereiro, e depois de a empresa ter amargado deterioração nos resultados operacionais em 2011 – incluiu o aval do conselho de administração para remuneração a acionistas no total de 8 bilhões de reais de 2012 a 2015. “Entendemos que esse é um plano que a companhia quer fazer e atende às exigências dos acionistas. Ele rentabiliza o ativo, tem política de dividendos e, ao final do plano, a companhia está melhor sob todas as óticas”, afirmou o presidente da operadora, Francisco Valim.
A ação preferencial da companhia fechou o dia com alta de 1,7%, a 8,95 reais. O Ibovespa avançou 1,2%.
Na busca por melhorias, a empresa trabalha para dobrar seu backbone – estrutura de cabos de grande dimensão nacional ou internacional por onde é canalizada a maior parte do tráfego da Internet – de fibra ótica e ampliar sua rede de cobertura 3G para o mesmo patamar das concorrentes até dezembro.
Os investimentos devem somar 6 bilhões de reais anualmente até 2015, após quase 5 bilhões de reais em 2011. O plano de investimento inclui os gastos de rede que a operadora terá com 4G, com exceção da licença do leilão de frequência que está previsto para junho. “Identificamos que nesse plano conseguiremos cobrir dispêndios de cobertura do 4G, sem que saibamos a licença por enquanto”, afirmou Valim a jornalistas no Oi Investors Day.
O executivo destacou, contudo, que o 3G ainda é “prioridade”, e a operadora quer alcançar a cobertura de suas concorrentes para brigar por mais participação de mercado no segmento agora chamado pela empresa de mobilidade pessoal. “Devemos equivaler a cobertura 3G de nossos concorrentes ao final deste ano”, disse o presidente da Oi, que está na quarta colocação no ranking de telefonia móvel, com 18,53% de market share, bem atrás de suas concorrentes Vivo, Claro e TIM.
A companhia, que dividiu seus negócios em três áreas (mobilidade pessoal, residencial e corporativo), também aposta no potencial desses últimos dois segmentos nos próximos anos, especialmente pela oferta de produtos convergentes, diversificando as operações para além de serviços de telefonia. Analistas consideram que a empresa precisa ampliar sua rede, ganhar participação de mercado móvel e rentabilizar sua base de telefonia fixa.
A Oi espera ter uma alavancagem maior nos próximos anos à medida que necessitará de recursos para bancar seus investimentos, projetando uma relação entre dívida líquida e Ebtida (geração operacional de caixa) de 2,8 vezes neste ano, ante 1,9 vez em 2011. Em 2015, o indicador deve ceder para 2,2 vezes. A dívida líquida deve ficar em 24,9 bilhões de reais em 2012 e em 28,4 bilhões de reais três anos depois, bem superior aos 16,3 bilhões de reais de 2011. De acordo com Valim, não há intenção de emitir nova dívida no curto prazo, mas a empresa está atenta a oportunidades de mercado.