O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) abriu inquérito civil contra a Jovem Pan e Adrilles Reis Jorge, que também já é investigado em âmbito criminal por uma aparente saudação nazista feita em programa da emissora. Caso o comentarista e a empresa sejam condenados, eles deverão pagar indenização, sendo que o dinheiro seria destinado a entidades que combatem a discriminação e o ódio.
Na terça-feira (8), Adrilles fez um comentário sobre o apresentador Buno Aiub, o Monark, que defendeu a liberdade de criação de um partido nazista no Brasil. O comentarista fez um gesto comparado a saudação nazista durame sua participação no programa ao vivo da TV Jovem Pan News.
No dia seguinte (quarta-feira, 9) Adrilles foi demitido da emissora sob o argumento de que “repudia qualquer manifestação em defesa do nazismo”. Em sua defesa, o comentarista se defendeu nas suas redes sociais alegando que teria dado “um tchau” que foi “deturpado por canceladores”.
Nesse mesmo dia, o Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Inteligência (Gecradi) do Ministério Público abriu um inquérito, no âmbito criminal, para investigar Adrilles por apologia do nazismo.
Na sexta-feira (12), a Promotoria de Direitos Humanos do Ministério Público abriu um inquérito civil contra Adrilles e a Jovem Pan, que são investigados por “possível apologia ao nazismo” pelo “gesto nazista” feito durante transmissão na TV, o que é uma “conduta proibida pelo ordenamento jurídico brasileiro“, principalmente pelo que ele representa, que é a “discriminação contra judeus” e outras minorias.
LEIA TAMBÉM:
–> TV Jovem Pan lança dois novos programas; saiba quais são
–> TV Jovem Pan está sem diretor e vive dias de caos
–> Jovem Pan News faz estreia na TV paga com problemas técnicos
Para o Ministério Público de São Paulo, é preciso apurar quais as medidas internas que a emissora tem tomado para “impedir a promoção de discursos de ódio através de seus canais“.
“Necessidade de a Jovem Pan prestar esclarecimentos e indicar quais as medidas internas realizadas para impedir a promoção de discursos de ódio através de seus canais (compliance em direitos humanos)”, escreveu o promotor Reynaldo Mapelli Júnior na portaria que instaurou o inquérito.
A portaria ainda pede que a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) da Polícia Civil abra inquérito para investigar Adrilles e os responsáveis pela Jovem Pan pelo crime de apologia do nazismo.