Cerca de 5.000 ligações sem o conhecimento dos donos das linhas teriam sido efetuadas no país, sendo que 4 de cada 5 ligações foram geradas em Mato Grosso. Foto: Reprodução / Diário de Cuiabá. |
Funcionários e ex-funcionários terceirizados de lojas da operadora Claro, na região metropolitana de Cuiabá, são investigados por envolvimento em uma suposta fraude contra a empresa, no valor de R$ 2 milhões. As investigações da Polícia Civil revelaram que das cinco mil operações criminosas registradas no país, quatro mil ocorreram em Mato Grosso pelos suspeitos que teriam utilizado o número de celulares ativos, sem o conhecimento do dono da linha, para realizar ligações utilizando um chip virgem.
Onze mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf), da capital, nesta quarta-feira (16), nas residências de funcionários e ex-funcionários, investigados no inquérito aberto pela Polícia Civil. Os policiais apreenderam computadores, notebooks, celulares e chips, os quais serão encaminhados para a realização de perícia.
Conforme as investigações, os suspeitos tinham acesso de login e senhas usadas nas operações. A fraude consistia em transferir o número de um cliente ativo da operadora para um chip virgem,que estava em poder de uma terceira pessoa. Ela passava a fazer ligações livremente, geralmente no período noturno, e para o exterior. Porém, pela manhã, o procedimento era revertido e o celular do cliente voltava a funcionar normalmente. Segundo a polícia, muitos clientes nem chegavam a reclamavar na empresa, pois a linha voltava a fazer ligações antes que o problema fosse constatado.
Em alguns casos, os valores decorrentes das ligações fraudulentas não eram repassados aos clientes. Isso porque a empresa identificava a fraude e acabava assumindo o prejuízo. Caso houvesse reclamação da vítima, o valor era estornado da conta. Diante de inúmeros casos, a Claro acionou a polícia após uma auditoria no sistema identificar os logins utilizados para as fraudes.
O delegado Fausto José Freitas da Silva informou que os suspeitos investigados atuavam em quatro lojas da operadora, sendo três delas localizadas na capital e uma em Várzea Grande, também no Mato Gros. Os investigados são apontados pela empresa como os donos das senhas usadas nos furtos do serviço de telefonia. No entanto, o delegado contou que após os depoimentos descobriu que as senhas de acesso ao sistema da operadora eram compartilhadas e, por conta disso, outras pessoas diretamente contratadas pela empresa podem estar envolvidas. Caso o crime seja comprovado, os suspeitos podem responder por furto e estelionato.