04/11/2024

Dados móveis representam 71% do faturamento das teles com celular

Já as receitas das empresas com serviço de voz correspondem apenas a 29% dos ganhos.



O gasto dos consumidores com franquia de dados de internet já representa 71% do faturamento das operadoras com linhas móveis, segundo o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e do Serviço Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil).


O gasto dos clientes com serviço de voz tem caído ano a ano, assim como as receitas das empresas de telecomunicações com esse serviço. Atualmente representam 29% dos ganhos das operadoras com celulares. Os dados são referentes ao terceiro trimestre de 2018. 


Há apenas três anos, no terceiro trimestre de 2015, os serviços de voz correspondiam a 61% das receitas geradas com telefonia móvel, enquanto que dados eram 39%. Os números mostram a velocidade com que as mudanças têm atingido o setor. 

Até setembro deste ano, a receita bruta das operadoras somou R$ 175,6 bilhões, um valor estável em relação ao mesmo período do ano passado, quando as teles obtiveram R$ 176 bilhões de receita. 

Já os investimentos das empresas nos nove primeiros meses do ano atingiram R$ 20,5 bilhões, ante R$ 18,2 bilhões no mesmo período do ano passado.

O rápido avanço do 4G também aponta para a transformação do setor. Hoje, o país conta com 233 milhões de chips de celular ativos, dos quais 126 milhões são 4G, 61 milhões 3G e 25 milhões 2G. 

No ano passado, os celulares 4G e 3G estavam praticamente empatados em cerca de 95 milhões. Em 2016, o 3G ainda era a grande maioria. 


Já a base de telefones fixos tem reduzido a cada ano. Atualmente, são 39 milhões de linhas ante 41 milhões no ano passado.

Segundo o Sinditelebrasil, em dez anos, a base de telefones fixos caiu 6%, mas as receitas das teles com o serviço caíram 44%

Já o acesso à banda larga fixa e móvel subiu de 234 milhões em 2017 para 239 milhões neste ano.

Os celulares são usados por 88% da população brasileira. Além disso, os brasileiros têm migrado cada vez mais para planos pós-pagos, o que é positivo para as operadoras. Esse tipo de oferta atinge hoje 42% das assinaturas, ante 36% no ano passado. 


VIU ISSO?


As operadoras têm dado incentivos para que os clientes migrem para os planos pós-pagos, que são mais lucrativos para elas. 

Segundo projeções da consultoria GlobalData, nos próximos cinco anos, a proporção de aparelhos pré-pagos em uso deverá cair 10 pontos percentuais na América Latina.

Conforme o Sinditelebrasil, o preço do minuto do celular pré-pago no Brasil é o quinto mais baixo, de R$ 0,034, atrás apenas da China, África do Sul, Rússia e Índia. 

Uma pesquisa realizada pela consultoria especializada em telecomunicações Teleco mostrou que os serviços de telefonia do Brasil estão entre os mais baratos do mundo.

O custo médio por usuário brasileiro, em dólares, é de US$ 3,9, deixando o Brasil em quarto lugar do ranking dos países mais baratos, ficando atrás somente de China (US$ 1,8), Rússia (US$ 2,7), Índia (US$ 3,1) e Portugal (US$ 3,6).

O preço da banda larga móvel pós-paga, segundo a entidade, também caiu. Em 2017, o pacote de 500 Mb custava R$ 27,14. Hoje, o pacote de 1 Gb custa R$ 20,07.

Uma das causas da redução dos valores de telefonia é a grande competição no mercado brasileiro.

A carga tributária no setor de telecomunicações, no entanto, é a mais alta do mundo, de 43% sobre as receitas. Em segundo lugar, aparece a Turquia, com 38%, e a Argentina, com 25%. 

Para 2019, o Sinditelebrasil defende a aprovação do novo marco legal das teles, atualmente em tramitação no Senado, para modernizar a legislação, que é de 1997. 

O projeto muda o foco das políticas públicas, hoje na telefonia fixa e nos orelhões, para a expansão da internet banda larga. 

A entidade cobrou também a realização de leilões de frequência não-arrecadatórios e que privilegiem a expansão de investimentos e de serviços.

Segundo o Estadão, o Sinditelebrasil quer também a simplificação da regulação, a adoção da Lei Geral de Antenas pelos municípios, a gratuidade no direito de passagem em bens públicos para instalação de infraestrutura e políticas para baratear o acesso de smartphones pela população de baixa renda, por meio do uso de recursos dos fundos setoriais.

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