Preço do minuto do celular caiu 43% nos últimos cinco anos. |
Os serviços de telefonia do Brasil estão entre os mais baratos do mundo, conforme pesquisa realizada pela consultoria especializada em telecomunicações Teleco.
O custo médio por usuário brasileiro, em dólares, é de US$ 3,9. Os dados foram divulgados na última quarta-feira (26).
O Brasil ocupa o quarto lugar do ranking, ficando atrás somente de China (US$ 1,8), Rússia (US$ 2,7), Índia (US$ 3,1) e Portugal (US$ 3,6).
Para realizar o levantamento, o Teleco considerou um total de 100 minutos de chamadas, sendo 70% voltados para ligações para celulares da mesma prestadora, 15% para chamadas para outras prestadoras móveis no Brasil e 15% em ligações para telefones fixos (da própria prestadora ou de outras) também nacionais.
De acordo com a pesquisa, o preço do minuto do celular com impostos despencou de R$ 0,15, em 2016, para R$ 0,09 atualmente. Nos últimos cinco anos, a queda foi de 43%.
O estudo mostra também redução de 15% no preço da telefonia fixa. Na banda larga fixa, o valor médio mensal por 1MB caiu 44%, passando de R$ 8,21 para R$ 4,62, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), levantados no mesmo período.
Os preços poderiam ser ainda mais baixos levando em conta que o Brasil impõe a maior carga tributária entre todos os mercados pesquisados.
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Os impostos cobrados no país representam 43% da receita líquida das empresas, quase o dobro do segundo colocado, a Argentina (26%) e 14 vezes mais que os da China (3%).
Apenas o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no setor de telecomunicações pode chegar a 37%, dependendo da localidade da empresa, já que o imposto é estadual.
A estratégia brasileira para reduzir custos se ancorou, principalmente, na oferta de serviços conjugados.
Queda nos lucros
Uma das causas da redução dos valores de telefonia é a grande competição no mercado brasileiro.
Apesar de trazer benefícios para os consumidores, a acirrada concorrência acarretou em queda nos lucros das operadoras nos últimos anos.
A Oi, por exemplo, precisou fazer um plano de recuperação judicial no ano passado para tentar sanar a dívida de R$ 65 bilhões.
A Nextel também está em apuros. A NII Holdings, dona da Nextel no Brasil – com 70% de participação -, contratou o grupo Rotschild para ajudá-la a vender seu controle da operadora brasileira de celular.