14/09/2024
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Oi acaba de ser multada pela 4ª vez em oito dias

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A Anatel multou pela quarta vez nesta semana a operadora Oi. Despacho publicado hoje no Diário Oficial da União anuncia multa de R$ 1,1 milhão a operadora Brasil Telecom S/A, do Grupo Oi, filial de Santa Catarina, porque a empresa descumpriu exigências previstas no Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU) no serviço de telefonia fixa.

A multa já havia sido estabelecida em 2011, mas a Brasil Telecom recorreu da decisão. A Anatel não acatou o recurso e manteve a punição.
As quatro multas somadas totalizam cerca de R$ 40 milhões. Na quarta-feira (20/02), a Anatel multou a Oi, por meio das empresas TNL PCS S/A e 14 Brasil Telecom Celular S/A, no valor total de R$ 573,7 mil. No dia anterior, a Telemar Norte Leste S/A, também integrante do grupo, foi punida em R$ 4,6 milhões por descumprir metas de qualidade na prestação dos serviços de telefonia fixa. No último dia 15, a operadora foi multada em R$ 34,2 milhões, por desrespeitar metas de qualidade na telefonia celular ao longo de 2009.

Na quarta-feira, a Oi divulgou nota dizendo que estava “analisando” a medida da Anatel publicada na data e que deverá recorrer judicialmente da decisão. A operadora informou ainda que considera necessário, no caso de multas regulatórias, “observar a razoabilidade e a proporcionalidade das multas.”

A Anatel também multou a Telefônica/Vivo em R$ 3,9 milhões por descumprimento das obrigações de qualidade do serviço de telefonia fixa (Serviço Telefônico Fixo Comutado – STFC).

Governo perderá 60 bilhões de reais com renúncia para banda larga

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O governo deve abrir mão do recolhimento de R$ 60 bilhões de impostos, em cinco anos, para desonerar os investimentos em banda larga no país. A estimativa foi feita pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que projetou a renúncia fiscal prevista no Regime Especial de Tributação do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL).
A desoneração para equipamentos de rede e para os serviços e materiais de construção relacionados à implantação, expansão e modernização de redes de banda larga consta da Lei 12.715, que amplia o Plano Brasil Maior, sancionada em setembro de 2012.

O Ministério das Comunicações ficará responsável pela avaliação dos projetos de investimento das empresas e deverá autorizá-los, mas a responsabilidade de verificar o cumprimento das metas e dar a isenção fiscal ficará com a Receita Federal. Na tarefa, os fiscais do órgão poderão ter apoio da Anatel.

“Se ela [a empresa] fizer [os investimentos], a receita, posteriormente, faz a fiscalização: se comprou o equipamento, onde foi instalado e [a execução do] projeto. Se, na fiscalização, a receita perceber problemas, vai lançar e vai cobrar multa. Terá todos os procedimentos fiscais ”, disse Paulo Bernardo. O prazo para protocolar os projetos no ministério é até 30 de junho.
A perspectiva do ministro é que as empresas de telecomunicações aproveitarão o incentivo para antecipar investimentos previstos para os próximos dois anos, mas não ampliá-los além disso. Na maioria dos casos, segundo ele, a economia para as empresas será 20%.
Paulo Bernardo também esclareceu que as empresas poderão pedir desoneração para equipamentos importados, uma vez que a cota para conteúdo nacional é 50%. Segundo o ministro das Comunicações, um percentual de nacionalização inviabilizaria redução de custos.

O ministro também voltou e explicar que ainda falta um documento do Ministério da Fazenda para anunciar da renúncia fiscal para os celulares smartphones. “Vamos fazer [a desoneração] para smartphone de a tecnologia 3G [que custem] até R$ 1 mil e 4G para até R$ 1,5 mil”, disse. “Não estamos dando desoneração para uma marca ou fabricante”.
Os smartphones são telefones que executam diversas funções, como e-mail, canal para bate-papo, além de acesso a redes sociais porque têm acesso à internet e funcionam como computadores.

Anatel investe R$ 52,5 milhões em projetos da Copa

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A Anatel investiu, em 2012, R$ 52,5 milhões em projetos relacionados à Copa do Mundo de Futebol de 2014. Os investimentos contemplaram solução de gestão de espectro, backup de base de dados, sistema móvel de radiolocalização e radiomonitoragem, monitoração de radiação não-ionizante, modernização da rede nacional de radiovideometria, sistemas de avaliação e cobertura e qualidade de serviços móveis e analisadores de espectro de alta performance.

Em 2012, foram adiantados R$ 6,8 milhões de investimentos previstos para 2013, de forma que foram destinados R$ 52,5 milhões do orçamento total disponibilizado pelo GECOPA(1) para a Anatel em projetos relacionados com Copa do Mundo, contra os R$ 45,7 milhões inicialmente previstos para 2012.

O Portal #Minha Operadora teve acesso exclusivo a alguns documentos que detalham esses projetos. Conheça abaixo os projetos e investimentos realizados:
  • A solução integrada adquirida pela Anatel tem abrangência nas áreas de gestão, controle e licenciamento do espectro de radiofrequências da Agência. Todos os fluxos de trabalhos atuais serão automatizados com apoio de ferramentas técnicas para análise de interferência e coexistência. A solução proverá um alto grau de confiabilidade e agilidade para as atividades de licenciamento, principalmente durante o período de realização de grandes eventos internacionais. A solução provê ferramentas técnicas que viabilizam de forma ágil os estudos técnicos de cobertura, interferência e coexistência, considerando aspectos de redes fixas ou móveis. Ademais a solução disponibilizará informações técnicas para toda a sociedade sobre nível de exposição humana a campos eletromagnéticos, cobertura de redes móveis e cobertura de sistemas de radiodifusão. Todos os resultados apresentados consideram tanto os aspectos técnicos das estações como aspectos geográficos das áreas de estudo.
Licitação: Pregão Eletrônico n.º 19/2012
Valor dos contratos: R$ 23.028.710,00
  • O Sistema Móvel/Transportável de Radiolocalização e Radiomonitoragem contempla a aquisição de 48 estações transportáveis de monitoração, que deverão possibilitar o uso nos veículos utilizados pela fiscalização nas respectivas Unidades Descentralizadas e atender às necessidades operacionais da fiscalização, com destaque para a capacidade de detecção de rádio interferências, localização de emissões clandestinas, medidas de parâmetros técnicos de emissões, medidas de taxa de ocupação, varreduras de faixas de frequência e de cobertura/contorno protegido de emissões.
Licitação: Pregão Eletrônico n.º 16/2012
Valor do contrato: R$ 18.393.791,00
  • A Solução de Backup de Dados contemplou a aquisição de novos equipamentos para garantir a disponibilidade das bases de dados da Anatel, especialmente os relacionados com a solução de gestão do espectro.
Licitação: Pregão Eletrônico 25/2012
Valor do contrato: R$ 239.851,22
  • A Monitoração de Radiação Não Ionizante (RNI) contempla a aquisição de 66 estações que equiparão a fiscalização da Anatel para realização de atividades de gestão, monitoração, controle e fiscalização dos níveis de exposição humana a campos eletromagnéticos através do uso de estações de monitoramento, incluindo garantias de que estas estarão em condições operacionais plenas durante os Grandes Eventos, até a conclusão das Olimpíadas e Paralimpíadas em 2016.
Licitação: Pregão Eletrônico n.º 26/2012
Valor do contrato: R$ 3.088.800,00
  • A Modernização da Rede Nacional de Radiovideometria (RNR) contempla a aquisição de 32 estações, que equiparão a Anatel com as ferramentas necessárias que garantam a capacidade de fiscalizar as obrigações legais na transmissão de conteúdo de radiodifusão e da comunicação audiovisual de acesso condicionado, bem como auxiliar no controle do espectro radioelétrico nacional em relação aos aspectos técnicos e legais dos serviços de radiocomunicações, radiodifusão, especiais, ancilares e correlatos.
Licitação: Pregão Eletrônico n.º 22/2012)
Valor do contrato: R$ 7.815.000,00
  • Os Sistemas de Avaliação de Cobertura e Qualidade de Serviços Móveis, incluindo Banda Larga, contemplam a aquisição de oito plataformas, que viabilizarão a fiscalização, com recursos próprios, dos compromissos de abrangência e qualidade no Serviço Móvel Pessoal, assim como a avaliação da qualidade dos serviços de voz e dados oferecidos por redes sem fio, inclusive banda larga. Em 2013 serão adquiridas mais 16 plataformas.
Licitação: Pregão Eletrônico n.º 24/2011
Valor do contrato: R$ 1.656.832,00
  • O projeto “Analisadores de espectro de alto desempenho” contemplou a aquisição de 13 analisadores portáteis. Com o avanço da tecnologia na área de instrumentação, surge a possibilidade de aquisição de analisadores de espectro de alto desempenho e amplas faixas de varredura. A capacidade dos novos instrumentos é importante, pois propiciará melhor atuação do órgão regulador, tanto no que se refere aos novos sistemas de radiocomunicação, quanto na avaliação de interferências e níveis de exposição a campos eletromagnéticos envolvendo radares.
Licitação: Pregão Eletrônico nº 11/2012
Valor do contrato: R$ 1.560.000,00

SindiTelebrasil diz que Anatel pode ajudar negociação com municípios sobre antenas

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O presidente do SindiTelebrasil e da Vivo no Brasil, Antonio Carlos Valente, foram enfáticos ao afirmar que as operadoras estão com problemas sérios de implantação da infraestrutura de 4G nas cidades em função das legislações municipais que restringem o posicionamento das antenas. “Estamos a 70 dias da data final e na prática muito pouco evoluiu”, disse Valente, destacando que apenas no caso das cidades do Rio de Janeiro e Brasília houve avanço na negociação com os municípios.

Valente fez um pedido à Anatel: quer que a agência ajude a convencer os governos locais da importância da instalação dos equipamentos. “Acredito que a Anatel pode nos ajudar a mostrar para os municípios que essa infraestrutura é indispensável para um serviço de qualidade e que não existem riscos”, disse. Valente lembrou que em muitos casos os municípios temem pelos riscos à saúde em função da presença das antenas. “Esse risco não existe e, ao contrário, quanto mais antenas, menor é a potência que se trabalha”.

João Rezende, presidente da Anatel, disse que a agência tem o interesse de ajudar, mas que isso ficaria mais fácil se houvesse uma legislação nacional sobre o tema que indique as diretrizes. Hoje, o Congresso discute uma lei geral das antenas, mas as perspectivas de que o texto seja aprovado de forma a influenciar nas negociações entre as empresas e os municípios é nula.

E você, o que acha dessa restrição que há em muitas cidades do país? É contra ou apoia? Comente!

Vivo pergunta à Anatel se pode compartilhar frequência do 4G

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A Superintendência de Serviços Privados (SPV) da Anatel analisa um pedido da Telefônica|Vivo sobre a possibilidade de se compartilhar a frequência arrematada pela companhia no leilão da faixa de 2,5 GHz.

De acordo com o superintendente Bruno Ramos, a empresa formulou um pedido teórico, sem apresentar, por exemplo, o parceiro do compartilhamento. E a resposta da superintendência deverá ser de que sim, o compartilhamento da frequência é possível. “A tendência é que a gente responda de forma teórica que é possível”, afirma Ramos. Entretanto, se a Vivo quiser realmente compartilhar os 20 MHz + 20 MHz que ela arrematou no leilão, ela deverá entrar com um pedido de anuência prévia detalhando o projeto. Aí sim a Anatel vai avaliar aspectos importantes sobre como será o atendimento das metas de qualidade e cobertura.

De acordo com fontes da indústria, a Vivo só poderia compartilhar frequência com a TIM ou com a Claro, que são as empresas que arremataram os blocos de frequência contíguos aos seus.

Ainda de acordo com a mesma fonte, o compartilhamento só é tecnicamente viável quando a estação radiobase compartilhada (que no 4G é chamada de e-NodeB) trabalha com uma frequência de 20 MHz. Como a Vivo já tem uma faixa de 20 MHz, significa dizer que a frequência do parceiro não seria usada ou que a Vivo entra com 10 MHz e o parceiro com 10 MHz. De qualquer forma, parte da frequência leiloada pela Anatel não seria usada. No caso concreto, a Anatel deve avaliar como fica o cumprimento das metas associadas àquela frequência.

O pedido da Vivo é diferente do compartilhamento que está sendo realizado pela TIM e pela Oi. Neste caso, as empresas vão compartilhar as torres, o backhaul e os equipamentos, mas não a frequência. O compartilhamento da TIM e da Oi já está no Conselho Diretor e será analisado pelo conselheiro Rodrigo Zerbone.

Anatel já prepara mais uma “tele anistia”

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O presidente da Anatel, João Rezende, deu margem a possibilidade de as multas aplicadas às prestadoras que não prestaram serviços adequados serem revertidas em obrigações de novos investimentos no setor. A proposta será apresentada na consulta pública que discutirá mudanças na metodologia de aplicação das multas. Ainda não há previsão de data para votação da matéria.

“Colocaremos sete metodologias de aplicação de multa em debate. Entre elas, a possibilidade de reverter as multas em investimentos, mas só em março isso só deverá ser colocado em consulta pública”, disse João Rezende, durante o Seminário Políticas de (Tele)comunicações, ao apresentar as reestruturações previstas para a agência em 2013.

Recentemente, a Anatel multou as empresas Telefônica Brasil (atual Vivo) em R$ 3,9 milhões pelo descumprimento de metas de qualidade na telefona fixa; a Telemar Norte Leste (atual Oi) em R$ 4,6 milhões por descumprimento de metas previstas no Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU) para a telefonia fixa; e a Oi em R$ 34,2 milhões por descumprimento de metas de qualidade telefonia móvel.

Segundo Rezende, a Anatel precisa se adequar a um cenário de convergência entre os serviços de telecomunicações. “Nossa intenção é fazer essas discussões de forma mais transparente”, acrescentou.

Vivo prepara envio de mensagens contra a corrupção

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O Ministério Público da Paraíba vai celebrou hoje uma parceria com a empresa Vivo para envio de 100 mil mensagens de celular contra da corrupção aos usuários paraibanos. A parceria foi assinada às 16h30, na sede da Procuradoria-Geral de Justiça, e faz parte da campanha “O que você tem a ver com a corrupção”, do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais. 

Segundo o coordenador estadual da campanha, promotor de Justiça Marinho Mendes Machado, as mensagens vão incentivar a sociedade paraibana a denunciar casos de corrupção e fiscalizar os gestores públicos do estado, contendo frases como “Corrupção é uma armadilha. Sábio é quem não cai nela”, entre outras. Marinho Mendes destacou que a parceria é uma conquista da campanha do Ministério Público nacional, através do CNPG, que tem como coordenador nacional o promotor de Justiça do Ministério Público de Minas Gerais, Jairo Cruz Moreira.

Secretário diz que marco regulatório das comunicações terá dificuldades para avançar

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Um dos pontos de tensão mais relevantes na relação entre operadoras de telecomunicações e governo, hoje, diz respeito ao equilíbrio entre as demandas regulatórias e das políticas públicas e a necessidade de rentabilização dos investimentos por parte das empresas.

Com receitas menores e necessidades maiores de investimento em infraestrutura, as empresas alegam que está cada vez mais complicado recuperar os recursos investidos. Uma questão que pode ser resumida em um problema de necessidades urgentes do País em contraposição à capacidade de investimentos imediatos.

Confrontado com esse cenário durante sua participação no Seminário Políticas de (Tele)Comunicações, realizado pela Converge e pelo Centro de Estudos de Políticas de Comunicação da UnB, o secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Cezar Alvarez, disse que algumas demandas do governo ou medidas regulatórias não podem ser olhadas à luz dos investimentos de curto prazo. “Quando se fala em rentabilidade, isso é em que período? Para dez anos, para dois anos? Para distribuir dividendos imediatamente? Estamos falando de um mercado que tem riscos, é claro, mas tem oportunidades de longo prazo”, disse o secretário.

Ele ressaltou que existe permanente diálogo e sensibilidade do governo à situação das empresas e sua capacidade de investimentos, “mas é preciso que se entenda que desse lado existe um mandato, uma diretriz política e visão estratégica”.

Minutos não usados na franquia de telefone fixo devem valer para o mês seguinte

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O Ministério Público Federal em Minas Gerais (MPF/MG), em parceria com o Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MP/MG), ajuizou ação civil pública perante a Justiça Federal de Belo Horizonte para impedir que os consumidores continuem a perder os minutos não utilizados na franquia mensal de telefones fixos. São rés na ação a Oi e a Anatel.

Segundo os autores, a Oi, com base na Resolução 423/2005 da Anatel, oferece dois tipos de planos básicos: o Plano Básico em minutos e o Plano de Oferta Obrigatória. Em ambos, o usuário tem direito a uma franquia mensal, que consiste em determinada quantia de minutos a serem utilizados no período de trinta dias. Se a franquia for totalmente utilizada nesse período, terá início a contagem dos minutos excedentes, o que aumentará o valor final da conta. Se, por outro lado, o consumidor não utilizar toda a franquia, o valor a ser pago consistirá numa quantia fixa denominada “tarifa mínima”, e o usuário perde os minutos que sobraram.

“O que se observa é que essa regulação da Anatel beneficia exclusivamente a operadora, já que os minutos não utilizados na franquia são perdidos no final do mês, pois não é permitida a transferência dos minutos não utilizados para o período subsequente. É como se o usuário de telefonia fixa fosse obrigado a consumir e exaurir todos os minutos de seu pacote de serviço em trinta dias, sob pena de perder o que já pagou”, afirma o procurador da República Fernando Martins.
O resultado dessa prática é que o consumidor acaba pagando por um serviço que não lhe foi prestado. “E a operadora, por sua vez, recebe por um serviço que não prestou o que resulta em evidente enriquecimento sem causa e à custa do consumidor, o que é vedado pela legislação brasileira”, explica Fernando Martins.
Para tornar mais clara a situação, ele exemplifica: “digamos que um consumidor pague mensalmente a assinatura, com direito a 200 minutos de franquia. Se ele utilizar apenas 100 minutos, a fatura seguinte levará em conta outros 200 minutos, sem considerar os 100 que sobraram do mês anterior. Se pudesse acumular na fatura seguinte, o consumidor teria direito a 300 minutos. Mas como não pode, se, no mês seguinte, gastar 300 minutos, ele pagará o valor fixo da assinatura por 200 minutos, mais o valor correspondente aos 100 minutos excedentes, mesmo tendo sobrado 100 no mês anterior. É um despropósito”.
De acordo com o procurador, “a verdade é que a operadora tem interesse em que o consumidor perca os minutos que não utilizou dentro da franquia, para que exista a possibilidade de minutos excedentes em período posterior, e ela possa o quanto antes auferir receita”.

Para os Ministérios Públicos (MPs), a resolução da Anatel, ao impedir a cumulatividade dos minutos não utilizados na franquia mensal, viola o Código de Defesa do Consumidor e a própria Constituição, já que a edição do CDC derivou de mandamento expresso contido no artigo 5º, XXXII, do texto constitucional.
O promotor de Justiça Marcos Tofani Baer Bahia observa ainda que “os atos normativos emitidos pelo órgão regulamentador em direção às concessionárias não podem colidir com o CDC, salvo quando mais benéfico ao consumidor”. Na análise de Marcos Bahia, “a prática abusiva executada pela Oi, com a permissão da agência reguladora, é contrária ao que dispõe a legislação consumerista, já que propicia uma vantagem manifestamente excessiva contra o consumidor, desequilibrando a relação de consumo”.

Os autores da ação defendem ainda que não existe fundamento jurídico para impedir a cumulatividade dos minutos, nem mesmo para assegurar o chamado equilíbrio econômico-financeiro dos contratos.
“A cobrança da assinatura básica, reconhecida como legítima pelos tribunais, é suficiente para garantir esse equilíbrio à empresa, pois, ainda que o consumidor não utilize todos os minutos oferecidos, ele terá de pagar a tarifa mínima. O problema é que, do lado do consumidor, não se garante qualquer equilíbrio econômico-financeiro: ele é obrigado a arcar com o desequilíbrio contratual resultante da não-cumulatividade dos minutos, sem nenhum tipo de compensação”, argumenta Fernando Martins.

Segundo os MPs, é importante esclarecer ainda que o pedido da ação não é o de redução proporcional do valor da assinatura em razão da não utilização de todos os minutos franqueados, mas tão somente o direito à acumulação. Dessa forma, ficam resguardadas as vantagens da empresa.
A ação pede que a Justiça Federal declare a nulidade dos dispositivos da Resolução 423/2005/Anatel que impedem a cumulatividade dos minutos não utilizados, condenando a agência a editar novo ato normativo permitindo a transferência desse crédito, em minutos, para os meses subsequentes, sem qualquer restrição temporal.

Pede-se, ainda, que a Oi, além de repassar para os meses seguintes os minutos não utilizados, seja obrigada a restituir, aos consumidores que não são mais clientes da empresa, os valores correspondentes aos minutos perdidos a cada mês durante o período em que vigorou a relação contratual.