Movimento, que tem apoio de entidades importantes, descobriu que 95% das páginas da web no Brasil não são acessíveis para todos. |
Você acha simples navegar pela internet, fazer ações simples como comprar um ingresso para o cinema? Já parou para pensar como seria para uma pessoa cega, por exemplo, fazer a mesma coisa? Apesar da expansão da tecnologia, a verdade é que ainda falta muita acessibilidade na internet brasileira. É por isso que foi lançado, na última quarta-feira (20), no auditório do Google Campus São Paulo, o movimento “Web para Todos”.
Trata-se de um movimento em que diversas organizações da sociedade civil se reúnem justamente para melhorar a acessibilidade para pessoas com deficiência (PCD) no geral. Dentro da plataforma, são disponibilizadas ferramentas que avaliam páginas e oferecem informações que facilitem a navegação de deficientes.
De acordo com a idealizadora do projeto, Simone Freire, atualmente, no Brasil, há cerca de 95% de páginas da web que não são acessíveis. “Quando a gente fala de movimento, a gente quer trazer institutos, fundações, associações, empresas, desenvolvedores”, diz, afirmando que se trata de uma ação de longo prazo. Já participam do movimento entidades como o Comitê Gestor da Internet no Brasil, o Consórcio World Wide Web (W3C), a Fundação Dorina Nowill para Cego, a Organização Nacional de Cegos do Brasil e parceiros como a Fundação Roberto Marinho.
O Web para Todos, além de aceitar a contribuição de usuários, que podem cadastrar suas próprias experiências na rede ou fazer alguma sugestão, tem o intuito de reunir dados ao avaliar, a princípio a cada seis meses, sites de inúmeras instituições de determinado setor.
Primeira edição
Os estudos já tiveram uma primeira edição, que avaliou, por meio de testagem automática e especialistas, as páginas das 10 melhores universidades e 10 melhores escolas do ensino médio, com dados do Ministério da Educação.
Os resultados? 31,7% das páginas apresentaram problemas na descrição das imagens e 21,7% não possuem descrição alguma de imagens. Também foram avaliados três itens em relação à navegação, que mostraram que 55% apresentaram problemas em parte dos links, 4,7% não possuíam link navegável a partir de ferramentas usadas por pessoas com deficiência, e 35% tinham o tamanho dos elementos inapropriado, sendo que 10% eram muito pequenos.
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